O perdão
Deixei de murmurar para dentro
abandonei as galinhas do terreiro
deixei esfriar o jantar
para olhar aquele último vento
para os girassóis do vizinho
pus ao chão o antigo cajado
e pedi desculpas ao velho bêbado
por não saber caminhar sem rumo
atendo a alma nas paredes
Já não há frenesi nesta tarde sem asas:
percebi que o soluço de quem chora
é a alma pedindo perdão sem palavras