sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Um poema, um mundo

Para Arsênio Meira Vasconcellos Jr.

Dê-lhe um poema:
Ali nascerá um mundo.

Dê-lhe um poeta
E todas as lástimas
Serão sinais de Deus.

(O homem que lê poesia
Como quem devora ar puro).

Por um amigo
Dá as mãos, os sapatos,
Os cabelos.

Diga “preciso de um irmão”
E ele removerá o entulho
De qualquer espera.

Arsênio.
O menino que brincava de viver
Na Praça da Bandeira.

De pé, com a fidelidade aparada, polida.

Pronto para qualquer combate:
Sem armas, escudos, sem remédios.