quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Ritual

Propus um rio.

E ele surgiu sem nome,

Diferente dos outros rios que sonhei, que vivi.

 
Nunca soube tocá-lo

Mover-me em sua intenção

Criar margens para tê-lo em meu sangue.


Um aceno.

Eis o que me restou

Após desenhar o fluxo

As margens que imaginei.

E ele seguiu: quieto, irrevogável

manso

(até na destruição).

 
É meu segredo mais antigo.

 
E sempre volto

Para ver suas marcas nas paredes

Do tempo que permaneceu

E seguiu, livre, arrancando as fronteiras.

3 Comentários:

Às domingo, outubro 19, 2014 , Blogger Alfredo Rangel disse...

Belíssimo poema, Samarone. Parabéns!
Seguir o curso deste rio faz com que
a gente se perca da realidade e caia nos sonhos reais.

 
Às sábado, julho 18, 2015 , Anonymous Anônimo disse...

Impactante.

 
Às quinta-feira, agosto 18, 2016 , Anonymous Silvinha disse...

belo!

 

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