terça-feira, 11 de março de 2014

Escritura



Escrevo a palavra Ódio
e meu coração reclama.

Reclama em vão
o coração

pleno de palavras cegas
de respostas mortas.

O coração tolo
que mal bate
trancafiado e duro
por dentro.

Escrevo a palavra Ódio
e meu coração declama.

Declama em vão
meu coração

coberto de súplicas
de feridas abertas.

Meu coração tosco
que escreve ódio
mas cede.

E náufrago,
sussurra amor.

(Poema do livro "O Aquário Desenterrado"). 
Rio de Janeiro, Editora Confraria do Vento, 2013.

3 Comentários:

Às sábado, maio 24, 2014 , Blogger Unknown disse...

Sama,
Vi um publicação compartilhada no facebook pelo Gustava falando do seu novo livro. Parabéns querido amigo você continua intensamente lírico. Compartilhei este poema. As lições que aprendi com você nunca foram esquecidas e tenho várias coisas que você deixou para mim que leio até hoje.
Com carinho enorme,
Laurinha.

 
Às quinta-feira, julho 17, 2014 , Blogger Samarone Lima disse...

Laura, só agora vi teu comentário, mando um beijão. Dê um abraço em todo mundo.
Sama

 
Às quarta-feira, setembro 03, 2014 , Blogger Joana Alencastro disse...

Samarone, descobri o seu blog hoje lendo uma notícia sobre o prêmio da Biblioteca Nacional e estou absolutamente encantada! Seus poemas, para mim, mostram o triunfo da doçura e da ingenuidade sobre a dureza da vida. É uma leitura particular. Realmente me comoveram. "O aquário desenterrado" vai figurar em breve na minha estante.

Sem querer ser pesada, deixo o humilde convite (sem compromisso mesmo) para que você conheça as minhas poesias: www.poesiavoz.wordpress.com.

Um abraço carinhoso!

 

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