Consolações
Seguir o movimento das flores
abandonar as cicatrizes
mover as pálpebras rumo ao poente
e sobretudo
transfigurar a luz.
Considerar as mãos
terras inigualáveis
de onde tudo surge.
Seguir o movimento das aves
dos animais que sangram
em nosso nome.
Lembrar do silêncio
tratá-lo como um irmão recente
pronto para a vida
embora frágil.
Seguir o movimento das flores
abandonar as cicatrizes
que ainda virão
mover as pálpébrar rumo ao poente
e sobretudo
transfigurar o espanto.
Madrid, 23.09.2010