domingo, 29 de maio de 2011

O pouco

É o que tenho, e é pouco.
Mas sei que me serve
que não se quebra por pedras
ou ossos.

De tão pouco, a mim sustenta.

Se o roubarem,
deixarão frustrados a prenda
à beira do caminho.

De nada serve para ti, estranho,
minha migalha enfeitada
meu jardim carcomido.

Meu pão tem outro nome
Meu branco costumeiro
atravessa o dia como nuvem
sem céu.

O que tenho é tão pouco
Que o chão desdenha.

Mas sei que me serve.

Um dia, talvez te salve.

Aurora, 27.05.2011