Ilusão
Ah, esta grande ilusão
De segurar os fugitivos
Os que fogem porque não têm destino.
Escapar da tempestade dos olhos
Baixar as pálpebras maduras
Ocultar das pupilas
A sombra dos humildes que se perdem,
Como os cães dos bêbados.
Olhar os ossos dos fugitivos
Lá, onde mora o arroubo
Procurar por algo sem nome
Sem destino, sem vestígio
E saber que só a memória devolve
O que se perde.