Ritual
Propus um rio.
É meu segredo mais antigo.
E sempre volto
E ele surgiu sem nome,
Diferente dos outros rios que sonhei, que vivi.
Nunca soube tocá-lo
Mover-me em sua intenção
Criar margens para tê-lo em meu sangue.
Um aceno.
Eis o que me restou
Após desenhar o fluxo
As margens que imaginei.
E ele seguiu: quieto, irrevogável
manso
(até na destruição).
Para ver suas marcas nas paredes
Do tempo que permaneceu
E seguiu, livre, arrancando as fronteiras.