Oferenda
Não ficarei estático
ansiando a oferenda.
Caminharei com as mãos vazias
imaginando uma flor, uma fonte,
uma pedra.
Tudo subsiste na intenção: flor, fonte, pedra.
Mas não sei das oferendas.
Tive altares para destruir
deuses para insultar
pães para endurecer.
Melhor imaginar
uma flor, uma fonte e uma pedra
num altar que jamais ergui
tão amargo que a reza
sequer é ouvida.
Inaugurarei
algo maior que a intenção.