domingo, 19 de agosto de 2007

Carbono 14

Não me cabe cerzir
As camisas do futuro

Tampouco amparar o anjo bêbado
Esquecido no jardim
Da casa vazia

Não me convém
Buscar em Montevidéu
As chaves do meu cofre vazio

Não devem ser
Os ossos do meu corpo
Os fósseis do futuro

Nunca deverei ser chamado
ao Carbono 14
Para provar minha derrota
Ao tempo

Me compete somente
Amarrar as estrelas
Nos cadarços dos teus sapatos.