Carbono 14
Não me cabe cerzir
As camisas do futuro
Tampouco amparar o anjo bêbado
Esquecido no jardim
Da casa vazia
Não me convém
Buscar em Montevidéu
As chaves do meu cofre vazio
Não devem ser
Os ossos do meu corpo
Os fósseis do futuro
Nunca deverei ser chamado
ao Carbono 14
Para provar minha derrota
Ao tempo
Me compete somente
Amarrar as estrelas
Nos cadarços dos teus sapatos.