quinta-feira, 8 de junho de 2006

O perdão

Deixei de murmurar para dentro

abandonei as galinhas do terreiro

deixei esfriar o jantar

para olhar aquele último vento


Cansei de olhar faminto

para os girassóis do vizinho

pus ao chão o antigo cajado

e pedi desculpas ao velho bêbado

por não saber caminhar sem rumo

atendo a alma nas paredes


Já não há frenesi nesta tarde sem asas:

percebi que o soluço de quem chora

é a alma pedindo perdão sem palavras

3 Comentários:

Às sexta-feira, junho 09, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Portanto aprendermos a perdoar nossa própria alma... acho que é essa a nossa maior lição!!

 
Às quarta-feira, junho 14, 2006 , Blogger Natalia Gregolin disse...

Minha primeira vez aqui e confesso que estou encantada!
A lágrima que escorre pela face são as gotas de uma alma que impiedosa se desfaz..e se refaz..feito brisa que leva o girassol do vizinho para perto dos olhos...feito sopro que cambaleia o bebado que anda sem rumo...feito o ultimo vento, que esfriou o jantar...
Se desfaz..e se refaz..feito Fenix que renasce das cinzas depois de se auto-incendiar...feito alma..que quando morremos um pouco a cada dia reencontramos os amigos que fazem a velha pergunta: "que aconteceu, tava sumido!Morreu? é nós com aquela cara de fantasma moderno, de ex-persona falida dizemos:"Não, só dei uma fugida da minha alma, para então poder perdoa-la de um subito qualquer de devaneios sem qualquer fundamento..na verdade eu não morri não..só me escondi de mim mesmo"

há braços

 
Às quarta-feira, junho 14, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

"Enquanto interagimos com outros seres humanos nossa atenção está voltada para mais além da interação, isto é, para as consequências que esperamos" ...(HM)

 

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