Mãos
Em minhas mãos
tudo é tarde.
A sobremesa, as flores
o cansaço.
Olho tuas mãos.
Elas esperam, preparam,
contemplam.
Em minhas mãos
tudo é sorte.
Semente, vento,
calo.
Olho tuas mãos.
São palavras
que contornam uma antiga casa
em silêncio.
Poemas novos, semi-novos e usados, feitos pelo autor, que mora no Recife. Nesta festa, sempre teremos convidados esporádicos.
4 Comentários:
Há uma beleza nesse poema, uma densidade, um canto de ternura ou de resignação, um aprumo em seus rigores líricos, que só mesmo os famosos versos de Drummond podem dar uma pista da grandeza dos versos samaroneanos:
"Aquilo que revelo
e o mais que segue oculto
em vítreos alçapões
são notícias humanas,
simples estar-no-mundo,
e brincos de palavra,
um não-estar-estando,
mas de tal jeito urdidos
o jogo e a confissão
que nem distingo eu mesmo
o vivido e o inventado.
Tudo vivido? Nada.
Nada vivido? Tudo.
A orelha pouco explica
de cuidados terrenos:
e a poesia mais rica
é um sinal de menos."
Salve, Salve.
Arsenio,
obrigado pelas observações.
Na medida.
Sama
Sama, vamo que vamo. A retribuição é na medida. Poesia de primeiro quilate. Boa viagem, e vê se não te perdes em meio à beleza daqueles recantos.
Como diria O srº de Treville - Capitão dos Mosqueteiros - para D'artangan: "IDE, MAS SOBRETUDO VOLTAI".
Abraços.
Bonito esse poema, camarada. A imagem final é a la Vinícius.
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