Ilusão
Não sei onde nasceu
essa ilusão de ti.
Talvez eu seja como essas plantas ermas
que confundem a água das chuvas
com a dos homens.
Talvez eu seja
como esse jardineiro cego
que molha todos os dias
suas flores de plástico.
Poço da Panela, 18.08.2005
3 Comentários:
Às vezes um poema me engole de tal forma, que eu me perco no interstício entre a leitura e a emoção. Esse é um.
Essa capacidade que tens de mexer com a emoção, manuseando as palavras - a matéria prima do poeta -, é coisa de artífice mesmo, de quem burila pedras preciosas para resultarem nas mais belas jóias jamais vistas. As tuas poesias sao sim obras de arte.
Abraço!
Não sei porque, mas lendo este poema, cheguei a me lembrar de outra crônica tua sobre umas certas azaléias na janela.
Beijo.
Magna
Que triste...as poesias tristes costumam ser as mais bonitas.
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