Diário
Há quarenta dias
estou preso a uma saudade
feita de ferro e fogo
embora sem nome.
De minha janela
vejo torres, minaretes
carros sem cor
na contramão das minhas lembranças.
Duas bicicletas virgens
estão prontas para a fuga.
Mas é tarde.
Amarro meu sol
ao riso da mesma espera.
Fico mais um dia
com a saudade gravada nos ossos
Me salvo pela certeza da partilha
e alguma condição de semente.
Bar Princesa Isabel, 29.09.2008
4 Comentários:
que bosta! poesia eh muito facil de fazer:
HA QUARENTA NOITES
CANTEI NO SERRADO
VIREI NATALINO
CANTEI AMARRDO
DE MINHA JANELA
VEJO MUITA VELA
VEJO MUITA MOT
E MUITA ESTRELA
DUAS BICICLETAS ACORRENTADAS
CANTADAS
VIRADAS
CALADAS
AMARRO MEU BURRO
NA CABECA DE CAMARONE
O HOMEM SEM NOME
QUE TOCOU O TROMBONE
ME SALVO PELA CERTEZA
DE QUE POESIA EH UMA MERDA
POETA EH UM SER EX-KROTO
QUE MAMA NA SOCIEDADE
Sim, Sama, a semente sempre salva, mas o que salva mesmo é a mão que a planta. Somos essa mistura do ontem, do hoje, das escolhas, da troca, da colheita de noite ou de dia.
Cada um vê o que pode, pela janela que escolhe.
Continue (como se poeta precisasse que alguém dissesse para continuar...).
Beijos.
Magna
Sama, Magna mandou ver no comentário. Marcou um golaço.
Digo eu que o poema é um relicário do que tens de mais humano e, também uma percepção viva da linhagem poética a que pertences.
Nestas quarenta noites
Se você cantou amarrado
No mínimo,também lhe comeram o rabo
Porém,não é o Poeta o safado!
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