Um estrangeiro
Um estrangeiro desenhou teu nome
em minha fronte.
Trouxe flores e espinhos
e a sombra
de uma árvore muito antiga.
Fumamos em silêncio
ele me mostrou teu rosto
inscrito em cabelos quebradiços.
Um estrangeiro me abriu as mãos
e gravou teu rosto
dentro de um espelho
que me olhava.
Havana, 2.01.2008
3 Comentários:
as vezes fico me perguntando se todas as suas poesias carregam um pouquinho de tristeza.
não sei, as vezes tenho essa impressão.
só que nessa, o que parece exalar, assim, bem naturalmente, é uma saudade controlada, contida, aceitável.
p.s.
tou gostando de ver isso aqui bem movimentado! haha
beijo!
e o estrangeiro é sempre a gente.
Pertubador.
Estranho, o estrangeiro chega sem partir.
Poema já incluso.
Posto que que aberto à amplidão.
Alexandre O' Neil, fez a junção de versos de dois poetas clássicos, e sacou genialmente que:
"SÁ DE MIRANDA CARNEIRO
Comigo me desavim
eu não sou eu nem sou o outro
sou posto todo em perigo
sou qualquer coisa de intermédio
não posso viver comigo
pilar da ponte do tédio
não posso viver sem mim
que vai de mim para o Outro"
A estrofe final deste UM ESTRANGEIRO levou-me ao poema trascrito.
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