segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Um estrangeiro

Um estrangeiro desenhou teu nome
em minha fronte.

Trouxe flores e espinhos
e a sombra
de uma árvore muito antiga.

Fumamos em silêncio
ele me mostrou teu rosto
inscrito em cabelos quebradiços.

Um estrangeiro me abriu as mãos
e gravou teu rosto
dentro de um espelho
que me olhava.

Havana, 2.01.2008

3 Comentários:

Às segunda-feira, dezembro 15, 2008 , Blogger Thaís Salomão disse...

as vezes fico me perguntando se todas as suas poesias carregam um pouquinho de tristeza.
não sei, as vezes tenho essa impressão.

só que nessa, o que parece exalar, assim, bem naturalmente, é uma saudade controlada, contida, aceitável.


p.s.

tou gostando de ver isso aqui bem movimentado! haha

beijo!

 
Às terça-feira, dezembro 16, 2008 , Blogger Anette Alencar disse...

e o estrangeiro é sempre a gente.

 
Às sexta-feira, julho 16, 2010 , Blogger Arsenio disse...

Pertubador.
Estranho, o estrangeiro chega sem partir.
Poema já incluso.
Posto que que aberto à amplidão.

Alexandre O' Neil, fez a junção de versos de dois poetas clássicos, e sacou genialmente que:

"SÁ DE MIRANDA CARNEIRO

Comigo me desavim
eu não sou eu nem sou o outro
sou posto todo em perigo
sou qualquer coisa de intermédio
não posso viver comigo
pilar da ponte do tédio
não posso viver sem mim
que vai de mim para o Outro"

A estrofe final deste UM ESTRANGEIRO levou-me ao poema trascrito.

 

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