sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Pedido

A dor de viver eu já vivi
preciso de um consentimento
de um resguardo sem o filho
de sombra sem corpo

Amei com os ferros retorcidos
fiz ninho com o bico
com as asas
com o pão nos dedos
diluí o tempo em soluços

Agora, careço de armistícios: palavras
me conduzem ao altar
à mínima redenção

Nem sei viver direito, meu Deus!
Mas dai-me o consentimento
o dom do regozijo

Não me deixai para
depois de amanhã.

Samarone Lima

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