quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006

O silêncio

Por samarone Lima

O grande objeto de hoje
foi não fala

O milagre, hoje
foi mastigar a dor
junto aos vidros do silêncio

Mastiguei por horas sem fim
como uma vaca exilada
e faminta

Não me saiu uma palavra
Engoli a saliva com sangue

Ao final da tarde
meus dentes machucados
sorriam mendigos em fotografias

o grande obheto de hoje
foi a dor no canto da página
como se não houvesse
amanhã

3 Comentários:

Às quinta-feira, fevereiro 02, 2006 , Blogger Yvette Maria Moura. disse...

Teu poema provoca reações paradoxais:
fere feito um punhal...
parte a alma em duas... ou em muitos fragmentos...
arranca de nós um suspiro profundo...
mas deixa uma sensação de alívio:
viver vale a pena.
O que dizer, então?
É lindo.

 
Às sexta-feira, fevereiro 03, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

de tanto afeto
por ser tao feia
me senti muito vazia
"triste, solitaria e final".

 
Às segunda-feira, fevereiro 06, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

não consigo mais escrever.
minhas letras e poesia perderam-se no pó dessa estrada imensa que nos separa, na distância entre nossos sonhos.
agora meus escritos voltam para a cela interior, onde já se acostumaram a viver represados.
fazes uma falta do caralho.

 

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