Passagem da felicidade
A felicidade passou há pouco
na sala, seu calor
ainda molda a almofada
seu cheiro de animal selvagem
me queimou as narinas
A felicidade saiu sem bater a porta
levou duas notas do velho piano
entortou alguns quadros
pendurados no corredor
Pensei em correr
e tocar seus ombros
mas na rua, ela se dispersara
em milhões de fragmentos
Fiquei como estou
quieto como quem compra
um leite vencido
e já é tarde
para não bebê-lo
de tantas fomes
sem datas
2 Comentários:
Ah,
quantas
vezes
veremos
ainda
a felicidade
sair pela porta da sala,
impetuosa,
livre,
e permanceremos assim:
tímidos,
resignados,
quietos num cantinho de vida?
.
.
.
Simplesmente lindo.
(se tudo passasse como a felicidade)
então voltaste à estrada.
siga voando cada vez mais alto gaivota querida...
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