segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Confissão

Samarone Lima

E por último direi
Que a vida não me ensinou
Nada

O que aprendi foi por fora
Nas horas em que algo em mim
Morria
Horas em que não havia tempo
Para contar palavras

O que sei veio de algo seco e
Da ardência que o coração burlou
Dos ventos resignados pelas más lembranças

O que vier a ser aprendizado
Em mim tocará precocemente
Como chuvas anunciadas e desmerecidas
Chuvas que começam sempre
Amanhã

Aprenderei como quem caminha
Por calçadas que são meio fio
Cheias de erro e esboço

E no silêncio da vida já não pensada
Entorpecido pela imagem da taça vazia
Encontrarei a casa ao meu lado
Como se a morada coubesse finalmente em mim
Em minhas mãos vazias

Cajón Del Maipo, Chile, deciembre/1999

1 Comentários:

Às terça-feira, janeiro 10, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

lindo.

 

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