Confissão
Samarone Lima
E por último direi
Que a vida não me ensinou
Nada
O que aprendi foi por fora
Nas horas em que algo em mim
Morria
Horas em que não havia tempo
Para contar palavras
O que sei veio de algo seco e
Da ardência que o coração burlou
Dos ventos resignados pelas más lembranças
O que vier a ser aprendizado
Em mim tocará precocemente
Como chuvas anunciadas e desmerecidas
Chuvas que começam sempre
Amanhã
Aprenderei como quem caminha
Por calçadas que são meio fio
Cheias de erro e esboço
E no silêncio da vida já não pensada
Entorpecido pela imagem da taça vazia
Encontrarei a casa ao meu lado
Como se a morada coubesse finalmente em mim
Em minhas mãos vazias
Cajón Del Maipo, Chile, deciembre/1999
1 Comentários:
lindo.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial