Um poema
Samarone Lima
Queria um poema
Que tivesse a lembrança da tosse
O orvalho das incertezas
O silêncio das cadeiras
No fim de cada sessão
Que falasse dos suicidas
Que mesmo sem terem saltado
Nunca sobreviveram
Que tivesse a batida de uma palavra
Entre os dentes da mulher amada.
Um poema que coubesse
No intervalo dos teus lábios
Nas goteiras de velhas casas
Em algum canto de tuas costas,
Onde as lembranças falham
Um poema que fosse ácido nos olhos do tempo
Que fosse tão esperado
Como tuas mãos
Um poema que não precisasse das minhas palavras
Nem do meu corpo
Nem da minha dor
1 Comentários:
breu aceso
aceso de gentes
gentes sã
gentes sem nome
sã marone.
p.s. gustavo e adrianas também...
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