sábado, 10 de dezembro de 2005

A delícia da vida

Samarone Lima

Apesar de tanto espanto
Tanta espera
A delícia da vida
Calça sapatos macios
Atravessa salões de vidro
E nem um arranhão sequer.

Sei que tens os pés desiguais
(como os meus)
mas não tenhas medo.

Te darei o sapato direito
Me darás teu sapato esquerdo.

Juntos caminharemos iguais.

1 Comentários:

Às domingo, dezembro 11, 2005 , Anonymous Anônimo disse...

Poemas maravilhoso.

Já o havia lido algumas vezes, nas versões do Quemeros.

Caro amigo, tenho te acompanhado lá no teu estuário e de vez em quando vou lá beber água. Adorei a crônica das tuas viagens, com exceção do que vc falou de Proust.
Quando chegastes em Buenos Aires me dei conta de uma coisa que pouco tinha dado: aqueles dias em Buenos Aires, de tanto dor, acho que quis esquecer, e agora, me vem por vc assim, com essa leveza toda.

Tenho vindo mais aqui e fico feliz por vc se falar assim, poeticamente, aqui, neste teu cantinho de nadas. Vi que vc resistiu um tempo a entrar de vez no que era teu, no que é teu, a poesia, mas que agora se soltou, está vindo mais vezes, silenciando mais vezes através da palavra poética. Agora, assim, também venho aqui mais vezes, já que aqui é um local pouco frequentado, quase ninguém vem, gostei dele, pois se parece comigo: um lugar que quase ninguém frequenta.

Nesta tua inspiração, decidimos tb eu e Florance, abrir um Blog para a Ed. Casa das Musas, em vez de site, e atualizar o blog, em vez de notícias, com poemas. Só poemas. Bons poemas, da literatura universal. Mas dando espaço principalmente para o velho Juarroz, Porchia, Char... Essa nossa turma boa e calada. Claro, vc está convidado desde ontem, e não aceito "não" !

Tenhamos "corações ao alto" como diz a poetisa Tereza Vergani.

seu velho amigo

Gustavo.

 

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