Terça-feira
Gustavo de Castro e Silva, poeta brasileiro
Todas às vezes que páro de fumar
começa a nevoar sobre a cidade.
Daí retorno o meu fumar para dissipar
tudo ao redor.
Hoje olhei o meu currículo e não vi nada
de importante.
Dei duas voltas no parque e sonhei sonhos
de ontontem.
Fui até o banheiro me espiar ante o espelho
mas só encontrei latrinas.
Estive em uma reunião onde nada ocorreu
nem nada foi decidido.
Depois pensei em ir ao cemitério pois lá a névoa
é mais enevoada.
“Êta goroa boa
para não fazer
nada”, pensei.
Pois a vida é assim mesmo...
Constantemente esfumaçada.
A vida tem nome sujo
no Serasa.
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