Confissão
Os primeiros poemas que escrevi
ainda era o tempo de outros animais
dinossauros circulavam
cosmicidades deambulavam
eu nem tinha esses sonhos medonhos.
Depois me veio um silêncio, umas cavernas
Platão me deu pontapés
escapei de fogueiras e brasas
Por precaução, sempre tomava
duas colheres de sopa
de algum xarope distante.
Agora, dei para criar dentes
rasgar as gengivas
falando coisas imprevistas
Cismei de sentar ao meio-fio
pasmar
alimentar esse animal selvagem,
a esperança.
Agora quero deixar essa cruz
em alguma esquina
olhar o ponto invisível do advento
e levar num pires, envolto em brumas
essa poesia que me vence.
Rio de Janeiro, 21/01/2008
2 Comentários:
silêncio e um sorriso.
justine
que beleza
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