Como uma pátria sem nome
Cheguei ao tempo do vidro e dos acordes:
Levo a contradança nas mãos espalmadas
E o melhor de mim, germinado em segredo.
A pedra do meu peito
Bombeia o sangue para as falanges
No dia exato da bênção.
(Os ferrolhos enraizados às portas
Dormem misteriosos por dentro).
Deixo os escombros revolvidos
Sílaba por sílaba, com os despojos
Mastigo o vidro e a poeira desse dia
Saio à procura das sete saídas que me disseram
Esbarro na calçada, a mesma que procurei
Deixo que chegue o silêncio para dar-me acolhida
Como quem tem uma pátria ainda sem nome.
1 Comentários:
quando eu era pequena, que não queria conversa, as pessoas perguntavam o meu nome e eu respondia: "meu nome é sil". e pensava sozinha: "sil de silêncio..." chatchinha né?
esse tá lindo, cheio de belas imagens e amanhãs.
un petit bisou pour toi
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