A poesia
Por Gustavo de Castro e Silva
Troco cinco poemas por um prato de sopa.
Escrevo versos podres num rolo de papel
desonrado, e jogo fora em serena descarga.
Não tenho honrado muito a velha poesia.
Talvez porque não esteja à altura dela.
Assim, leio poemas dos outros e sinto
como se fossem meus.
Afinal, poesia é poesia.
Não importa quem escreveu.
Começo um verso esperando nunca terminá-lo.
Mas ele quer, quer sair, desbastar, a mim, vir.
Não escrevo para ser poeta.
Escrevo porque não tenho saída.
Ou é isso.
Ou o nada.
E o nada, já tenho o bastante.
2 Comentários:
Muito, muito bom.
adorei!! Continuarei lendo poesias como se fossem minhas...
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial