O elefante azul
Estávamos no carro
a caminho
no longo caminho.
Não tinham me avisado ainda
que havia uma infância
para mim.
Tio César
me apontou um elefante azul
no galho de uma árvore
frondosa.
"Também vi, tio", respondi.
Meu pai, reto como a estrada
me beliscou forte
para retirar a mentira.
Tirei o elefante azul do galho
da árvore
frondosa
da infância que não sabia.
Mas ele nunca saiu de lá.
Meu pai,
me perdoe
por ter mentido
todos esses anos.
Aurora, 5.I.2012
4 Comentários:
Eita, Sama, no dia do meu aniversário, tu trazes coincidentemente este poema, lembrando uma crônica, das tuas, uma das que mais me tocou(possivelmente, nem lembras).
Sempre mentimos para nossos pais. Talvez seja uma questão de sobrevivência.
Abração!
Magna
Ele é que deveria se perdoar...
Encantador.
Simplesmente lindo
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